A protecção da cabeça reveste-se de grande importância nos trabalhos de construção civil. É regra fundamental que os equipamentos de protecção individual só devem ser utilizados quando os riscos não puderem ser evitados ou suficientemente limitados por meios técnicos de protecção colectiva ou por medidas, métodos ou processos de organização de trabalho.
Equipamentos de Protecção Individual (EPI)
Os EPI devem, na medida do possível, ser reservados a uso pessoal, embora a natureza do equipamento ou as circunstâncias locais possam determinar a sua utilização sucessiva por vários trabalhadores e por fornecedores e visitantes do estaleiro, casos em que devem ser tomadas medidas apropriadas para que tal utilização não cause qualquer problema de saúde ou de higiene aos diferentes utilizadores.
Protecção da cabeça
A protecção da cabeça serve para resguardar o crânio de agressões. Para isso os trabalhadores devem usar capacete de protecção adequado aos riscos a que estiverem sujeitos, nomeadamente os devidos a choques resultantes da queda de objectos ou do impacto da cabeça contra um obstáculo ou, ainda, os devidos a factores agressivos tais com ácidos, electricidade e projecções incandescentes.
Os capacetes devem, por isso, ter capacidade de absorção de choque, evitando – actuando como protecção da cabeça quaisquer lesões, bem como terem características adequadas de conforto (peso, ventilação, estanquidade e isolamento térmico).
A protecção da cabeça com capacete e arnês
O capacete é composto, essencialmente, por uma calote e um arnês e deve poder ser equipado com um francalete.
O que é o Calote?
Parte visível do capacete, é concebida para resistir aos choques exteriores e é o que dá a forma geral ao capacete. Pode ser fabricada em liga de alumínio, plásticos termoendurecíveis ou termoplásticos. A calote pode ter formas diferentes, consoante as condições de trabalho e os riscos existentes.
O Arnês,
É um conjunto completo de elementos destinados a assegurar a manutenção correcta do capacete na protecção da cabeça do utilizador. O arnês suporta e estabiliza a calote, garantindo, em caso de choque, a absorção de uma parte da energia transmitida. É composto por três elementos: a coifa, a banda de regulação e as correias de amortecimento. Para cumprir o seu papel, o arnês deve estar adequadamente ajustado e deve garantir a adaptação à morfologia individual do utilizador. É necessário que a banda de regulação possua, na parte frontal, uma banda anti-transpirante. Esta banda deve ser desmontável para limpeza ou substituição.
E o Francalete, o que é?
É uma correia regulável que passa sob o queixo e impede o capacete de cair e é obrigatório em todos os trabalhos em altura.
Recomendações de segurança
- Para utilização de protecção na cabeça nos trabalhos correntes de estaleiro, os capacetes mais usuais são os termoplásticos. Quanto à cor, deve ser dada preferência a cores claras para maior reflexão dos raios solares e conforto térmico no verão;
- Deve salientar-se ainda que as variações climatéricas e a utilização e acondicionamento incorrectos (luz e calor) provocam o envelhecimento dos materiais de protecção da cabeça, isto é, a alteração das características físicas e mecânicas dos capacetes.
- O capacete é, geralmente, concebido de modo a que a energia desenvolvida no momento do impacto seja absorvida pela destruição ou deterioração parcial da calote e do arnês; mesmo que tais deteriorações não sejam logo evidentes, é recomendável substituir um capacete que tenha sido submetido a um esforço provocado por um impacto importante;
- Lavar regularmente o capacete de qualquer sujidade é uma regra a seguir, pois esta pode camuflar defeitos ou deformações. A limpeza, desinfecção ou manutenção do capacete devem ser feitas unicamente com água e sabão;
- Não devem ser aplicadas pinturas, solventes, adesivos ou etiquetas autocolantes que não sejam expressamente recomendadas pelo fabricante do capacete;
- O prazo de validade recomendado pelo fabricante deve ser respeitado.