Casa Passiva: um conceito ecológico.
Já pensou em quanto pouparia o ambiente e as suas contas se a sua casa aproveitasse o meio ambiente para criar o seu conforto sem necessitar de recorrer a sistemas de climatização eléctricos?
Então pode pensar, porque a casa ecológica sustentável atingiu um ouro nível: chama-se casa passiva e é uma habitação desenhada a pensar nas potencialidades do terreno e clima em que se insere, mantendo a sua temperatura interior através o aproveitamento da luz solar através de um desenho estanque e energicamente eficiente.
Como a temperatura deve ser mantida relativamente idêntica, quer de Verão, quer de Inverno, o recurso a lareiras ou sistemas de ar condicionado são desnecessários, ainda que muitos clientes os instalem.
O Passive House Institute estima que nos últimos dez anos, mais de 25,000 edifícios de todos os géneros foram concebidos e construídos através da aplicação dos princípios da casa passiva, o que mostra uma tendência crescente para este tipo de arquitectura de alta eficiência energética.
Portugal, como país de clima temperado com ampla luz solar possui características únicas para a construção de edifícios do tipo passivhaus/passive house, e por isso mesmo existe já uma associação destinada a promover este enfoque arquitectural ecológico, a Associação Passivhaus Portugal, que tem entre as suas acções iniciativas de divulgação do conceito e formação de profissionais especializados no conceito de casa passiva.
Requisitos da casa passiva:
Uma casa passiva não é um objectivo fácil de obter, e a eficiência energética é um requisito incontornável e estritamente regulado. Assim, o requisito energético para o aquecimento não pode ultrapassar os 15 kWh por metro quadrado de espaço habitável por ano, com requisitos semelhantes para o arrefecimento. Já a necessidade energética primária total (aquecimento, água quente e electricidade) está limitada a 120kWh por ano por cada metro quadrado de espaço habitável.
A climatização passiva é igualmente estritamente controlada com fugas através de frinchas ou ranhuras a não poderem ser superiores a 0.6 do volume total da casa por hora, em condições de teste com uma pressão de 50 Pascals, além dum máximo de 10% das horas totais de um ano com temperaturas interiores acima de 25ºC, para temperaturas entre os 20ºC e os 26ºC de Verão ou Inverno.
Para cumprir estes requisitos, a casa passiva é concebida com amplas soluções de isolamento, recorrendo-se a janelas duplas e triplas, de preferência com revestimentos que impeçam a transferência térmica, como o criptónio (Kr) e o argónio (Ar), mas existem outras linhas mestras mais simples de seguir!
Casa passiva: domar o poder do sol.
A regulação da temperatura numa casa passiva tem de ser equacionada à redução da energia necessária para a manter. Por isso, é em função das condições solares que as casas são desenhadas.
Assim, onde é necessário aproveitar ao máximo a luz solar, as janelas são viradas para o equador, o que em Portugal significa viradas para Sul.
Pelo contrário, onde é necessário reduzir a captação de luz solar e calor, as janelas e superfícies devem ser protegidas com estruturas desenhadas para projectar sombra.
O interior da casa passiva é depois desenhado com sistemas de ventilação e aproveitamento de calor de modo a manter a temperatura homogénea em todas as divisões.
Isto significa que numa casa ecológica com climatização passiva o recurso a sistemas de climatização activa só são realmente necessários por uma questão de gosto ou preferência pessoal, já que a temperatura se manterá relativamente estática ao longo do ano. Deste modo, os donos de casas ecológicas passivas podem orgulhar-se de possuírem habitações cuja pegada ecológica é verdadeiramente mínima.
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